Nós, enquanto filósofos, não gostamos de tornar a filosofia útil. Parece até prazeroso quando alguém nos pergunta: “pra que serve esse ‘negócio’ aí que você estuda?”, prazerosamente respondemos: “para nada”. Respondemos assim, pois os filósofos amam a filosofia por ela mesma, sem que exista uma outra finalidade, outra utilidade. Mas a verdade é que isso não torna esse conhecimento inútil, muito pelo contrário.
Aos 11 anos ganhei meu primeiro livro de filosofia, e ali mesmo decidi que um dia iria me dedicar a ela, que é a mãe de todos os saberes. Mas essa decisão não se deu apenas porque eu queria ser professora, mas porque queria ser uma pessoa cada vez melhor.
Até hoje, a cada filósofo que estudo, consigo tirar lições que podem ser levadas para a vida. E é sobre isso que vamos conversar hoje: estou aqui para mostrar que a filosofia não precisa ser apenas uma matéria de escola/vestibular, ela pode ser sua companheira e conselheira, independentemente da área que você deseja seguir na sua vida.
Para cumprir essa missão que estou propondo, de início, resolvi evocar Immanuel Kant, filósofo ‘queridinho’ do PAS 2. Kant foi o filósofo que fez com que eu ‘batesse o martelo’ e fosse estudar filosofia na UnB, mesmo com toda a pressão externa das pessoas afirmando que eu deveria fazer algum bacharel na UnB, tipo direito.
Immanuel Kant possui várias outras obras além daquelas que vocês já conhecem: “Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento?”, ele possui um conceito muito interessante, que é o de ‘cidadão cosmopolita’, ou cidadão do mundo. O filósofo afirma que nós deveríamos ter os mesmos direitos em qualquer canto do planeta, que não deveríamos ser considerados, e nem considerar, que alguém seja estrangeiro em algum lugar. Além disso, deveríamos nos comportar respeitosamente em todos os espaços, como se todos os cantos fossem a nossa casa. Se seguíssemos essa máxima kantiana, viveríamos com mais paz, acolheríamos os outros e seríamos mais acolhidos.
Além da ideia de cidadão cosmopolita, o filósofo Immanuel Kant nos traz mais uma contribuição ética. Kant entende que antes de agirmos nós deveríamos pensar a seguinte questão: “eu gostaria que essa minha ação se tornasse uma lei universal?”, ou seja, o filósofo está dizendo que nossas ações devem ser boas o suficiente para que nós desejássemos que elas fossem replicadas por todas as pessoas – uma lei universal – em qualquer lugar do mundo. Eu, pessoalmente, acredito que as ideias do Kant são excelentes para serem seguidas por todos nós, o mundo com certeza seria muito mais ético.
Por fim, trago o terceiro conceito kantiano que irá te ajudar na vida: SAPERE AUDE! TENHA CORAGEM DE SERVIR-TE DO TEU PRÓPRIO ENTENDIMENTO. Aqui, não vamos falar sobre iluminismo, mas vamos pensar em como levar essa máxima para nossas vidas.
Ter coragem de se servir do próprio entendimento é ter coragem de tomar as rédeas da própria vida. É não procurar tutores para guiarem suas ações/pensamentos. Não tem a ver com desmerecer os professores, jamais. Tem a ver com doutrinação: toda ideia que se coloca na cabeça de alguém através da paixão/emoção é totalmente desprovida de razão. E é sobre isso que Kant está exclamando: SAPERE AUDE! Pensem por vocês mesmos, sempre busquem o conhecimento mais puro possível, tenham as rédeas das próprias vidas e ousem se servirem-se dos seus próprios entendimentos.
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