Hoje vou contar um pouco da minha trajetória até a aprovação!
Por volta dos 12 anos eu comecei a entender que eu gostava de cuidar das pessoas, me importava e queria vê-las bem, pessoas que muitas vezes eu não conhecia. Minha mãe dizia que eu sempre gostei de hospitais e que eu chorava para ficar internada. Vai entender né rsrsrs… Então eu decidi que queria fazer medicina, imagina só: Doutora Cecília! Meu olho brilhava tanto ao pensar nisso. E até o terceiro ano do ensino médio, eu nunca havia pensado na possibilidade de fazer outro curso, para mim era impossível e aqui estou cursando Enfermagem, mas isso é assunto para os próximos parágrafos, agora vou contar toda a minha trajetória até chegar nessa decisão.
Bom, eu me chamo Cecilia Emyli, tenho 19 anos, sou cristã, sou a única filha mulher entre quatro irmãos. Eu nasci em Teresina-Piauí, a minha paixão é gravar vídeos e atuar, sou uma pessoa muito sensível e empática e sou muito, mas muito indecisa, então imagina como foi para mim ter que desistir da medicina. Agora que vocês me conhecem um pouco, posso começar a contar todo o processo até ser aprovada na UnB.
Eu entrei no ensino médio em 2017 com 15 anos, no Instituto Federal de Brasília e foi um ano muito diferente para mim, pois eu comecei a estudar em tempo integral e comecei a sentir coisas diferentes, que eu não fazia a mínima ideia do que se tratava. Nesse primeiro ano do ensino médio, eu comecei a ter crises de pânico, ansiedade e depressão. Comecei a fazer acompanhamento com a psicóloga, mas ainda assim era muito difícil. Por causa dessas complicações na minha vida, o meu rendimento como estudante obviamente caiu muito, eu me sentia uma pessoa muito desprovida de inteligência e tinha muitas inseguranças em relação a tudo. Consequentemente, eu não me dediquei para o PAS, não pesquisei sobre como funcionava a prova, a única coisa que eu sabia era que uma errada anulava um certa e saber disso só fez a minha insegurança aumentar na hora da prova. Quando chegou o dia da prova eu estava muito nervosa, passei mal e só sabia chorar. Respondi pouquíssimas questões por medo de zerar a prova e no fim a minha nota foi oito. Oito gente, apenas oito. Meu mundo desabou naquele momento, pois a minha teoria de que eu não era capaz de passar para uma faculdade só havia se confirmado.
No meu segundo ano do ensino médio eu me dediquei muito na escola, mas quando falavam sobre o PAS para mim eu ficava irritada, pois havia decidido que não faria esse vestibular outra vez. Porém, a minha mãe me obrigou a ir fazer. Eu lembro que ela ficou bastante chateada e se estressou depois que eu falei que não iria fazer a segunda etapa. Ela me convenceu daquele jeito de mãe que vocês conhecem e então eu fui. Dessa vez, eu estava tão tranquila na hora da prova, mas não porque eu havia atingido a sabedoria máxima e aprendido a controlar a minha ansiedade, mas porque eu achava que não ia dar em nada. Eu li a prova com calma, respondi muitas questões pois naquele ano eu havia me dedicado muito aos estudos. Quando saiu o resultado, eu vi que a minha nota aumentou para 20 e fiquei tipo: uauuuu! Porque eu sabia que a segunda etapa tinha um peso bem maior do que a primeira, então eu fiquei muito feliz. Lembro que eu vi a nota na aula de Português com o professor Pedro (Quando a nota da segunda etapa saiu, eu já estava no terceiro ano) aí ele e os meus amigos começaram a me dar parabéns e isso me motivou muito nos estudos para a terceira etapa.
Em 2019 eu fiquei mais empolgada para estudar para o PAS. Mas também foi o ano em que fiquei com muito medo, porque ficava cada vez mais perto de terminar o ensino médio e eu não sabia o que ia acontecer com a minha vida no ano seguinte. Foi então que eu comecei a olhar as dicas do Tudo sobre o PAS UnB, consegui as apostilas e comecei a pesquisar mais sobre o PAS. E tudo isso foi me impulsionando para estudar cada vez mais. Em relação a escolha do curso, eu comecei a ser realista comigo mesma, eu observei a situação e notei que com as notas que eu havia tirado, era impossível passar para medicina. É preciso muita maturidade para reconhecer que tal nota não dá para passar pra um curso tão concorrido. Então eu comecei a pesquisar cursos que eram mais parecidos com aquilo que eu sonhava, acreditava e almejava. Foi então que encontrei a enfermagem no meio dos cursos e pesquisei mais sobre e vi que é uma área humana, salva vidas e cuida das pessoas. Eu percebi que é sobre isso, sobre o que eu sempre gostei.
Em janeiro de 2020 saiu o resultado do primeiro semestre e eu não passei. Mais uma vez o meu mundo havia sido destruído. Ainda veio a pandemia pouco tempo depois e isso só complicou ainda mais a situação, pois a UnB não liberou o resultado do segundo semestre e eu passei o ano todo tendo que lidar com o fato de que eu não estava fazendo nada. Mas então, no dia 13 de outubro de 2020, a UnB finalmente soltou os resultados, e adivinha? EU PASSEIIIIIIIIIIIIIIII.
É uma das melhores sensações do mundo. Eu estava no trabalho passou um filme dos últimos três anos na minha cabeça, eu só conseguia gritar e chorar, só queria gritar para a cidade inteira que eu havia conseguido. Quando eu cheguei em casa, eu falei para a minha família e eles ficaram tão orgulhosos e felizes porque eles acompanharam de perto o que eu vivi.
Passar para uma faculdade é algo muito importante e símbolo de orgulho para as famílias, mas acho importante ter cautela na hora de escolher o curso, escolher o momento certo para entrar na faculdade e não deixar que a pressão de outras pessoas tome conta da situação e dessa decisão que só cabe a nós. Então é relevante não colocar pesos nessas decisões e fazer elas se tornarem difíceis. O ser humano está em constante evolução, então precisamos respeitar nossas fases, e é normal mudar de ideia e mudar de novo, porque nada é permanente. Então respeitem o tempo de vocês!
Saibam que mesmo eu não sabendo quem está lendo esse texto, eu desejo de coração que vocês alcancem os sonhos de vocês!